ABSOLVERE DEBET JUDEX POTIUS IN DUBIO QUAM CONDEMNARE.

domingo, 26 de setembro de 2010

SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA

A criação da sociologia não é obra de um único filósofo ou cientista, trata-se do trabalho de vários pensadores empenhados em entender o processo de construção e consolidação da sociedade moderna.
As transformações econômicas, políticas e culturais que aconteceram a partir do século XV, como as reformas protestantes, as grandes navegações marcam a realidade fática dessa sociedade a qual a sociologia tenta compreender.
O enriquecimento da burguesia teve papel relevante na gestação do processo de industrialização da Europa.
A mão de obra para Revolução Industrial veio principalmente do campo, para a cidade onde até mesmo mulheres e crianças se submetiam a jornadas de trabalhos abusivas em troca de salários miseráveis, unicamente para subsistência onde fica clara a lei da oferta e procura já que caso o homem rejeite o que lhe é oferecido outros muitos estarão interessados em sua vaga, o homem passou de único a simplesmente mais um.
Cidades transformadas em verdadeiros alojamentos do caos, sem estrutura para alocar essa população laborativa dado o vertiginoso crescimento de mão de obra para suprir as necessidades da indústria, o que antes era artesanal, passou agora a ser industrial, a mão deu lugar a máquina. Dai em diante está montado o cenário degradante da vida humana, o homem ficou exposto a toda sorte de problemas sociais, tais como, falta de saneamento básico, surtos de epidemias, vícios, promiscuidade, e nenhuma opção de lazer ou algo que lembre qualidade de vida.
A expectativa de vida do homem nessa época é de 30,35 anos dado sua qualidade de vida, ou pior a falta dela.
Este fenômeno, o da revolução industrial, determinou o aparecimento do proletariado e o papel histórico que ele desempenharia na sociedade capitalista. O homem conhece então a política do lucro exacerbado e da valorização do ser humano zero.
É com esse pano de fundo que surge a Sociologia, a partir da sugestão de Auguste Comte em reformar a sociedade tendo como ponto de partida à plena intelectualidade do homem. Assim ao modificar o modo de pensar do homem, conseqüentemente as instituições seriam modificadas, em virtude de uma  convivência amigável entre ordem e progresso.
Idéia que mais tarde influenciaria a Sociologia no Brasil estampando o lema de Comte na bandeira nacional.
Podemos então conceituar sociologia como ciências humanas, que tem por objeto o próprio sujeito, assim esse pensamento sociológico nasceu com o intuito, de estudar o homem, seu comportamento no meio em que vive entre os demais de sua espécie, tendo por aspiração a resolução de conflitos nas relações sociais entre esses mesmos indivíduos.
Essa pesquisa é passível de questionamentos constantes, já que não há uma unanimidade em afirmar qual a melhor forma de trabalhar com o objeto da sociologia.
Teorias sobrepõem, teorias, na busca infinda dessas investigações do perfil humano, isso porque não é possível uma constatação única, fixa desse objeto de estudo, ou seja, esse próprio homem nas relações entre si, que vive em contínua metamorfose.
O inicio desse pensamento sociológico dá-se com o interesse do agente transformador desse homem.
E também a explicação inicial e natural é que o homem segundo Aristóteles é um animal político, em fim, um ser politizado, civilizado, que difere dos demais animais justamente por sua capacidade racional, sua consciência de sociabilidade, de coletividade.
O que leva esse indivíduo a metamorfose citada, a essa evolução plena é a coletividade, os desafios de lidar como os outros, respeitando as diferenças.
 A convivência é responsável por transformá-lo, melhorar esse ser humano, lapidá-lo. Ele mesmo é agente regulador das relações, na convivência social com os demais.
Essa ótica coletiva, esse granjear do bem em favor da maioria, do coletivo, beneficia também esse individuo só, haja vista que ele também está inserido nessa mesma coletividade, nesta mesma sociedade.
Por: ROSÂNGELA SANTOS

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